terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Esperança



Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
_ó delicioso vôo
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
_Como é teu nome,meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho,para que não esqueçam:
_O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana

Texto extraído do livro
"Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

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